quarta-feira, 9 de julho de 2008

A SÓS COMIGO


...eu cá, a sós comigo
mal me reconheço

deveras ontem eu era assim:
tão decidido a qualquer coisa exata
tão determinado a algo sem valor algum
tão convicto que em mim guardava-se a herança de grandiosos Reis e Senhores,
o plano inexistente
o fardo inefável das civilizações modernas

...mas hoje cedo, quase que da noite pro dia
tudo se perdeu de mim

...e me vi acabrunhado
olhando meio que de lado, a luz,
que pela janela despia o quarto

tive medo de levantar; não eu!
mas uns outros tantos que me obrigaram pelo caminho.

(Rui Mascarenhas)

Um comentário:

Anônimo disse...

^_^